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quarta-feira, janeiro 12

Água potável para o semi-árido

Sistema dessaliniza a água e produz um concentrado usado para melhorar as condições alimentares dos moradores da região



No semi-árido baiano, algumas sertanejas são obrigadas a caminhar durante horas para conseguir chegar ao açude mais próximo. Nessa situação, água limpa perto de casa simboliza não apenas sede saciada, mas também menos cansaço.

Para melhorar a vida dos moradores do semi-árido, a Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente desenvolveu o Programa Água Doce (PAD). O objetivo do projeto é democratizar o acesso à água de boa qualidade para abastecimento na região.

No final do ano passado, o programa inaugurou na Bahia uma Unidade Demonstrativa (UD). Trata-se de um Sistema Integrado de Reuso dos Efluentes da Dessalinização, que além de transformar água salina e salobra em potável ainda reaproveita o concentrado de sal obtido no final desse processo.

Esse composto que serve para alimentar peixes e irrigar a erva-sal, planta que serve de alimento para caprinos e ovinos.

George Silva, diretor da Diretoria de Recursos Hídricos do Instituto de Gestão das Águas e Climas (Ingá), entidade que cuida do PAD da Bahia, informa que a técnica de dessalinização usada é a osmose reversa.

Nesse método, a água salgada atravessa uma membrana sintética e semipermeável com poros microscópicos que retêm não só os sais, como também outras partículas.

Surgido em 2004, o PAD já instalou quase dez dessas unidades no Nordeste. As comunidades beneficiadas são escolhidas a partir de dados do Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, e das condições de chuvas da região.

A dessalinização é uma excelene alternativa para combater a falta de água, mas, por ser um método caro, não é aplicado amplamente. Esse programa implantado no Nordeste, por exemplo, investiu mais de R$7 milhões para construir apenas 8 Unidades Demonstrativas.

Já existem, no entanto, técnicas menos caras. Técnicos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), por exemplo, desenvolveram uma tecnologia mais acessível, que já foi aplicada até em Cabo Verde, na África.

O composto salgado obtido no final do processo é usado na criação de tilápias em cativeiro

Crédito foto: 4 Eyes Photography
Fonte: Revista Cyan

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