Atendendo a pedidos, o post do dia diz respeito às dúvidas mais frequentes de visitantes que passaram pelo stand de Análises Clínicas do Senac, no qual foi apresentado o tema "Infecção Hospitalar" na Feira de Ciências e Tecnologia 2010 (19 - 23 de Outubro).
1. O que é a infecção?
Infecção é a colonização de um organismo hospedeiro por uma espécie estranha. Em uma infecção, o organismo infectante procura utilizar os recursos do hospedeiro para se multiplicar (com evidentes prejuízos para o hospedeiro). O organismo infectante, ou patógeno, interfere na fisiologia normal do hospedeiro e pode levar a diversas consequências. Os agentes infecciosos, na maioria das vezes, são seres microscópicos tais como: vírus; bactérias (bactérias gram negativas, gram positivas ou Baar - Bacilo álcool resistente); fungos; parasitas (muitos macroscópicos).
2. Quais são os principais tipos de infecções?
Infecção direta – infecção adquirida por contacto com um indivíduo doente.
Infecção endógena – infecção devido a um micro organismo já existente no organismo, e que, por qualquer razão, se torna patogénico.
Infecção indirecta – infecção adquirida através da água, dos alimentos ou por outro agente infectante, e não de indivíduo para indivíduo.
Infecção oportunista ou oportunística – infecção que surge por diminuição das defesas orgânicas (KPC).
Infecção secundária – infecção consecutiva a outra e provocada por um micro organismo da mesma espécie.
Infecção séptica ou septicemia – infecção muito grave em que se verifica uma disseminação generalizada por todo o organismo dos agentes micro orgânicos infecciosos.
Infecção terminal – infecção muito grave que, em regra, é causa de morte.
3. O que é a Infecção Hospitalar?
Infecção Hospitalar (IH) é toda infecção adquirida pelo paciente após 48 horas de sua entrada no hospital ou quando o paciente recebe “alta” e, em seguida, desenvolve uma infecção, desde que tenha relação com a internação ou com o procedimento hospitalar realizado.
4. Quais as causas?
A IH é geralmente provocada pela própria flora bacteriana do paciente, que se desequilibra pelo estado de saúde, cujo mecanismo de defesa contra infecções fica debilitado. A infecção pode ser desencadeada pelo uso de procedimentos como: soros; cateteres; cirurgias.
5. Por que o hospital é tão propício a tais infecções?
O ambiente hospitalar, apesar das medidas tomadas pelas instituições, é sempre um meio de propício para a propagação e desenvolvimento de infecções. Ora, o organismo doente encontra-se com as defesas diminuídas devido ao seu estado. O ambiente hospitalar apresenta condições de desenvolvimento patológico devido à sua situação, estruturais, abrange uma grande população, O agente só tem que encontrar estes dois elementos não necessita de ser endémico, pode ter acesso através de uma visita constipada por exemplo, e a sua atuação apenas depende das suas condições virulentas (é a capacidade patogênica de um microrganismo, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro).
6. Quais fatores que interferem para o enfraquecimento das defesas do organismo (propício à infecções)?
Antecedentes pessoais - indivíduos com diabetes, hipertensão arterial, neoplasias, cardiopatias, asma, fumantes;
Condições ambientais e nutricionais - um estado de subnutrição acarreta um sistema imunitário deficiente, diminuindo a capacidade de resposta à infecção, assim como um ambiente propício ao desenvolvimento de agentes patogénicos;
Idade - os indivíduos com uma determinada idade encontram-se mais predispostos, nomeadamente as crianças que ainda não adquiriram a totalidade das suas defesas e os idosos devido a uma diminuição destas mesmas defesas;
Traumatismos e medicação - qualquer ferida é uma porta de entrada para os microorganismos, certos medicamentos provocam uma resistência por parte das bactérias e diminuição da produção de anticorpos, assim como certas intervenções por parte dos profissionais de saúde.
7. Por que uma bactéria torna-se resistente?
A importância da resistência bacteriana aos antibióticos deve-se ao fato das bactérias que constituem a microbiota hospitalar estarem "acostumadas" a muitos antibióticos, ou melhor: os antibióticos usados no hospital em grande quantidade e diariamente vão matando as bactérias mais sensíveis, deixando que as bactérias que tem resistência ao antibiótico usado sem concorrência e livres para se multiplicarem, ocupando o espaço daquelas que morreram. Quando as bactérias resistentes causarem uma infecção, os antibióticos normalmente usados não surtirão efeito e será necessário utilizar antibióticos cada vez mais tóxicos, selecionando também bactérias cada vez menos sensíveis a este, e criando um círculo vicioso. O grande problema atual é a necessidade do uso racional destes antibióticos, tentando romper este ciclos.
8. Quais são essas bactérias?
Nos últimos anos, elas são várias: alguns cocos gram positivos; Bacilos gram negativos: as enterobactérias representadas pela Klebsiella, E. coli, Citrobacter, Enterobacter, Serratia, Providencia, entre outras. No segundo grupo, o das não fermentadoras, as mais importantes são as Pseudomonas e Acinetobacter. Essas bactérias, que são também muito importantes como causadoras de infecção hospitalar, têm a capacidade de desenvolver resistência produzindo enzimas que inativam os antibióticos.
9. Quais os mecanismos do antibióticos?
Estes medicamentos atuam sobre as bactérias de diferentes maneiras. Alguns atuam na síntese da parede celular da bactéria, fazendo com que essa parede se forme de maneira deficiente. Em consequência disso, a bactéria não resiste à agressão do meio ambiente e acaba sendo destruída. Esse é o mecanismo mais importante dos antibióticos betalactamicos, as penicilina e as cefalosporinas, que compõem a maioria dos antibióticos. Um outro grupo importante de antibióticos que atuam dessa forma são os glicopeptídeos, nos quais está incluída a famosa vancomicina. Outros antibióticos têm mecanismos de ação diferentes, por exemplo, atuando em nível do ácido nucléico das bactérias e, com isso, impedindo que elas se multipliquem. Esses antibióticos, ao contrário dos anteriores, são chamados de bacteriostáticos, porque não destroem imediatamente as bactérias, apenas impedem a sua multiplicação.
10. Quando a bactéria torna-se resistente?
As bactérias que desenvolvem resistência fazem com que pontos de ação dos antibióticos nelas próprias se modifiquem. Por exemplo, modificando as estruturas protéicas que permitem a entrada do antibiótico na bactéria são as chamadas porinas ou modificando as enzimas que vão ser inativadas pelo antibiótico, no caso, as proteínas ligadoras de penicilina (PBP) ou, finalmente, produzindo outras enzimas capazes de destruir ou neutralizar os antibióticos, como, por exemplo, as Betalactamases. Esses são os mecanismos mais importantes pelos quais as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos. A resistência, isso é importante ressaltar, na maioria das vezes é decorrente da seleção de cepas mutantes numa população de bactérias. As mutações são mecanismos aleatórios e relativamente pouco freqüentes. Se existe uma colônia com bilhões de bactérias, mas um pequeno número sofre mutação e se torna resistente ao antibiótico, caso seja usado o medicamento errado para determinada doença, ele pode acabar matando as bactérias sensíveis e tornando as resistentes predominantes. Estas vão gerar as infecções graves pela dificuldade de tratamento.
11. Quais os fatores de Virulência da Klebsiella?
Beta-lactamase, hemolisina e citotoxinas.
12. Qual a epidemiologia?
A Klebsiella spp (isoladas pela 1ª vez em 1983 na Europa) está presente na natureza e podendo ser encontrada no ambiente natural (água e solo) e na superficie mucosa dos mamíferos. Os sítios comuns de colonização nos humanos são o trato gastrintestinal, respiratório e genitourinário. A Klebsiella pneumoniae tem sido causa importante de infecções hospitalares adquiridas. Nas últimas duas décadas, a incidência de infecção causada por cepas multirresistentes tem aumentado.
13. Qual o tratamento da K. pneumuniae?
Inicialmente foram desenvolvidos cefalosporinas de amplo espectro para resistir à enzima β-lactamase. Devido à emergência de infecções causadas por estes patógenos, assim como relato de falhas terapêuticas e taxas de alta mortalidade associada com o uso de cefalosporinas de amplo espectro, fez com que se limitasse o seu uso, mesmo que haja sensibilidade in vitro. Assim, as cefalosporinas não são recomendadas o tratamento de infecções graves causadas por estes patógenos. No tratamento de infecções menos sérias (pneumonia, infecção do trato urinário) as cefalosporinas tem sido usadas.
3. O que é a Infecção Hospitalar?
Infecção Hospitalar (IH) é toda infecção adquirida pelo paciente após 48 horas de sua entrada no hospital ou quando o paciente recebe “alta” e, em seguida, desenvolve uma infecção, desde que tenha relação com a internação ou com o procedimento hospitalar realizado.
4. Quais as causas?
A IH é geralmente provocada pela própria flora bacteriana do paciente, que se desequilibra pelo estado de saúde, cujo mecanismo de defesa contra infecções fica debilitado. A infecção pode ser desencadeada pelo uso de procedimentos como: soros; cateteres; cirurgias.
5. Por que o hospital é tão propício a tais infecções?
O ambiente hospitalar, apesar das medidas tomadas pelas instituições, é sempre um meio de propício para a propagação e desenvolvimento de infecções. Ora, o organismo doente encontra-se com as defesas diminuídas devido ao seu estado. O ambiente hospitalar apresenta condições de desenvolvimento patológico devido à sua situação, estruturais, abrange uma grande população, O agente só tem que encontrar estes dois elementos não necessita de ser endémico, pode ter acesso através de uma visita constipada por exemplo, e a sua atuação apenas depende das suas condições virulentas (é a capacidade patogênica de um microrganismo, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro).
6. Quais fatores que interferem para o enfraquecimento das defesas do organismo (propício à infecções)?
Antecedentes pessoais - indivíduos com diabetes, hipertensão arterial, neoplasias, cardiopatias, asma, fumantes;
Condições ambientais e nutricionais - um estado de subnutrição acarreta um sistema imunitário deficiente, diminuindo a capacidade de resposta à infecção, assim como um ambiente propício ao desenvolvimento de agentes patogénicos;
Idade - os indivíduos com uma determinada idade encontram-se mais predispostos, nomeadamente as crianças que ainda não adquiriram a totalidade das suas defesas e os idosos devido a uma diminuição destas mesmas defesas;
Traumatismos e medicação - qualquer ferida é uma porta de entrada para os microorganismos, certos medicamentos provocam uma resistência por parte das bactérias e diminuição da produção de anticorpos, assim como certas intervenções por parte dos profissionais de saúde.
7. Por que uma bactéria torna-se resistente?
A importância da resistência bacteriana aos antibióticos deve-se ao fato das bactérias que constituem a microbiota hospitalar estarem "acostumadas" a muitos antibióticos, ou melhor: os antibióticos usados no hospital em grande quantidade e diariamente vão matando as bactérias mais sensíveis, deixando que as bactérias que tem resistência ao antibiótico usado sem concorrência e livres para se multiplicarem, ocupando o espaço daquelas que morreram. Quando as bactérias resistentes causarem uma infecção, os antibióticos normalmente usados não surtirão efeito e será necessário utilizar antibióticos cada vez mais tóxicos, selecionando também bactérias cada vez menos sensíveis a este, e criando um círculo vicioso. O grande problema atual é a necessidade do uso racional destes antibióticos, tentando romper este ciclos.
8. Quais são essas bactérias?
Nos últimos anos, elas são várias: alguns cocos gram positivos; Bacilos gram negativos: as enterobactérias representadas pela Klebsiella, E. coli, Citrobacter, Enterobacter, Serratia, Providencia, entre outras. No segundo grupo, o das não fermentadoras, as mais importantes são as Pseudomonas e Acinetobacter. Essas bactérias, que são também muito importantes como causadoras de infecção hospitalar, têm a capacidade de desenvolver resistência produzindo enzimas que inativam os antibióticos.
9. Quais os mecanismos do antibióticos?
Estes medicamentos atuam sobre as bactérias de diferentes maneiras. Alguns atuam na síntese da parede celular da bactéria, fazendo com que essa parede se forme de maneira deficiente. Em consequência disso, a bactéria não resiste à agressão do meio ambiente e acaba sendo destruída. Esse é o mecanismo mais importante dos antibióticos betalactamicos, as penicilina e as cefalosporinas, que compõem a maioria dos antibióticos. Um outro grupo importante de antibióticos que atuam dessa forma são os glicopeptídeos, nos quais está incluída a famosa vancomicina. Outros antibióticos têm mecanismos de ação diferentes, por exemplo, atuando em nível do ácido nucléico das bactérias e, com isso, impedindo que elas se multipliquem. Esses antibióticos, ao contrário dos anteriores, são chamados de bacteriostáticos, porque não destroem imediatamente as bactérias, apenas impedem a sua multiplicação.
10. Quando a bactéria torna-se resistente?
As bactérias que desenvolvem resistência fazem com que pontos de ação dos antibióticos nelas próprias se modifiquem. Por exemplo, modificando as estruturas protéicas que permitem a entrada do antibiótico na bactéria são as chamadas porinas ou modificando as enzimas que vão ser inativadas pelo antibiótico, no caso, as proteínas ligadoras de penicilina (PBP) ou, finalmente, produzindo outras enzimas capazes de destruir ou neutralizar os antibióticos, como, por exemplo, as Betalactamases. Esses são os mecanismos mais importantes pelos quais as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos. A resistência, isso é importante ressaltar, na maioria das vezes é decorrente da seleção de cepas mutantes numa população de bactérias. As mutações são mecanismos aleatórios e relativamente pouco freqüentes. Se existe uma colônia com bilhões de bactérias, mas um pequeno número sofre mutação e se torna resistente ao antibiótico, caso seja usado o medicamento errado para determinada doença, ele pode acabar matando as bactérias sensíveis e tornando as resistentes predominantes. Estas vão gerar as infecções graves pela dificuldade de tratamento.
11. Quais os fatores de Virulência da Klebsiella?
Beta-lactamase, hemolisina e citotoxinas.
12. Qual a epidemiologia?
A Klebsiella spp (isoladas pela 1ª vez em 1983 na Europa) está presente na natureza e podendo ser encontrada no ambiente natural (água e solo) e na superficie mucosa dos mamíferos. Os sítios comuns de colonização nos humanos são o trato gastrintestinal, respiratório e genitourinário. A Klebsiella pneumoniae tem sido causa importante de infecções hospitalares adquiridas. Nas últimas duas décadas, a incidência de infecção causada por cepas multirresistentes tem aumentado.
13. Qual o tratamento da K. pneumuniae?
Inicialmente foram desenvolvidos cefalosporinas de amplo espectro para resistir à enzima β-lactamase. Devido à emergência de infecções causadas por estes patógenos, assim como relato de falhas terapêuticas e taxas de alta mortalidade associada com o uso de cefalosporinas de amplo espectro, fez com que se limitasse o seu uso, mesmo que haja sensibilidade in vitro. Assim, as cefalosporinas não são recomendadas o tratamento de infecções graves causadas por estes patógenos. No tratamento de infecções menos sérias (pneumonia, infecção do trato urinário) as cefalosporinas tem sido usadas.
OBS.: Os carbapenêmicos (Imipenem e Meropenem) são seguros e eficazes para o tratamento de infecções causadas pela K. pneumoniae.
14. Klebsiella acometem quais doenças?
Pneumonia;
Bronquite (Inflamação nos brônquios que provoca maior secreção do muco, que se torna mais espessa e viscosa;14. Klebsiella acometem quais doenças?
Pneumonia;
Pielonefrite (rim);
Uretrites (uretra);
Cistite(bexiga).
15. Qual a forma de diagnóstico?
- Bacterioscopia: Coloração gram, Coloração de Ziehl-Neelsen (Baar).
Corante primário – violeta de cristal - azul: cora o citoplasma de púrpura, independentemente do tipo de célula.
Mordente – solução de iodo: aumenta a afinidade entre o violeta de cristal e a célula e forma com o corante um complexo insolúvel dentro da célula.
Agente descolorante – álcool, acetona ou ambos: solvente lipídico.
Contrastante – safranina ou fucsina básica - vermelho: cora o citoplasma de vermelho.
O que se verifica, quando se observam as diferentes bactérias sujeitas a esta coloração ao microscópio, é que estas têm um comportamento diferente face à coloração de Gram, o que permite classificá-las Gram positivo ou Gram negativo
- Cultura:
Na maior parte das vezes, o estudo da morfologia, arranjo e a interpretação das propriedades de coloração são insuficientes para a identificação do agente bacteriano. Recorre-se então à cultura, para se conseguir um elevado número de microorganismos, para estudar as características culturais da bactéria como a capacidade de crescer em meio selectivo e o aspecto das colônias. Através da cultura em meios sólidos, pode-se também quantificar a presença bacteriana no material analisado (importante para diferenciar infecção de colonização em determinadas situações).
- Antibiograma:
Exame laboratorial, que visa orientar o médico na consulta clínica a escolher o antibiótico mais apropriado para a infecção bacteriana do paciente. O material biológico é colhido e cultivado em meio de cultura, e testado seu crescimento em uma série de discos com antibióticos, onde irão formar halos ou não.
Bacterioscopia Cultura Antibiograma
a Matéria apresentanda ficou muito boa
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